segunda-feira, 2 de julho de 2012

REFLETINDO COM TRISTEZA



Queridos amigos, hoje é o Ernesto que vos escreve e estou muito triste e sinto uma grande revolta.

No passado sábado a minha pessoa grande chegou a casa e encontrou a minha irmã Ambrosina, mais conhecida por Xiquinha por ser igualizinha à minha mãe Francisca,a cambalear e quando foi a ver a maninha tinha uma grande ferida no focinho.

Nós não somos gatos vadios mas somos gatos de rua ou seja não estamos fechados em casa e só lá vamos pedir miminhos e morder os dedos da pessoa grande como tanto gostava a mana Xiquinha; Portanto, saltamos os muros e andamos pelos quintais e saltamos o portão e andamos pelas ruas mas mal ouvimos o carro dela vimos a saltitar para brincar com os nossos amigos pessoinhas.

A minha pessoa grande já não via a mana há 3-4 dias mas isso é normal em nós que gostamos de andar a passear por aí, a brincar com as lagartixas e a apanhar passaritos e por isso não estranhou a ausência.

Quando a viu, imediatamente a minha pessoa grande ligou para o meu querido amigo Rui e foi a correr para a clínica onde se verificou que a Xiquinha tinha sido atropelada um par de dias antes e que as feridas alêm de extensas estavam infetadas. A mana teve que ser sedada para ser tratada mas como tinha perdido muito sangue teve um paragem cardíaca à qual não resistiu apesar de todos os esforços do Rui e da Lena.

A minha revolta é grande porque agora estou sozinho e sou pequenino, só tenho um ano, e já foram atropeladas 3 pessoas a minha familia: Eu, a minha mãe Francisca e agora a minha irmã Xiquinha. A minha pessoa grande disse-me que já foram 5 os meus parentes que ali à porta foram atropelados.

Peço a quem ler esta crónica que se lembre que nós tambêm somos criações de Deus e não alvos, que se lembrem de cumprir o código da estrada que diz que dentro de uma povoação a velocidade máxima é 40 kms/ hora, que a 100 mts de minha casa existe uma escola primária e que se um dia eu sair a correr do portão de casa que parem ou abrandem porque atrás de mim pode vir o meu pessoinha com quem estou sempre a brincar.

Quero agradecer ao Dr. Rui Faria da Clínica Veterinária de Santa Clara que tratou da minha maninha com imenso profissionalismo mas sobretudo com carinho e compaixão ficando muito pesaroso por não ter conseguido fazer mais para a salvar.


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